A Rota do Cambuci combina festivais gastronômicos, um arranjo produtivo sustentável, roteiros turísticos e uma rede de pesquisadores. A Rota é um empreendimento do Instituto Auá em parceria com uma dezena de municípios – São Paulo, Rio Grande da Serra, Santo André, Mogi das Cruzes, São Lourenço da Serra, Salesópolis, Paraibuna, Ribeirão Pires, Bertioga e Caraguatatuba – e representa uma grande oportunidade para o resgate da cultura em torno do fruto nativo, a produção agroecológica e o comércio justo.
Objetivo
Resgatar o cultivo e o consumo do Cambuci, fruto nativo da Mata Atlântica, como estratégia de conservação das matas e geração de renda para os produtores da região da Serra do Mar Paulista é o grande objetivo da Rota Gastronônica. Para isso, são realizados festivais associados a atividades culturais, turísticas e de lazer nas cidades. Além disso, a Rota promove a organização dos produtores e diversificação de cultivos com geração de renda. Os mesmos parceiros participam também de um Roteiro Turístico que trabalha de forma integrada o potencial dos atrativos locais relacionados ao Cambuci.
Agricultores familiares do entorno da Serra do Mar, municípios integrantes da Rota do Cambuci, população paulista em geral.
A Rota do Cambuci vem fomentando o cultivo agroecológico, o respeito à identidade local e a valorização cultural. Além disso, o fruto já conquista mercados diferenciados, a exemplo de estabelecimentos paulistanos e receitas desenvolvidas por chefs renomados à base Cambuci, com crescente reconhecimento de seu valor para a saúde e o meio ambiente pela sociedade.
A Rota também inseriu-se recentemente no Plano de Ação da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo (RBCV).
“A Rota do Cambuci é uma impulsionadora de uma nova visão de mercado sustentável, que vai além do festival, e promove novos produtos, concursos e ações. Em Salesópolis permitiu a criação de mais de 300 receitas a base de cambuci e vem possibilitando o desenvolvimento da gastronomia, que atrai turistas. Assim, o cambuci permite a mobilização econômica e social de uma região que busca sua identidade”
“Por ser um fruto nativo, o Cambuci vem se tornando um meio de envolver o público com receitas acessíveis e naturais, baseadas numa alimentação saudável, que podem ir de uma simples vinagrete de Cambuci até um cheese cake mais elaborado com a geleia perfumada pelo aroma da Mata Atlântica”
“Descobri aos poucos que tenho dom para a cozinha e hoje fico dividida pois também gosto de trabalhar com as mudas no campo, porém a demanda pelos produtos de Cambuci está crescendo. Já são mais de dez itens produzidos aqui, como o xarope, a geleia e os licores”
“Um único pé de Cambuci em nosso quintal chega a produzir até 200 quilos por ano, mas tínhamos que enterrar para não atrais bichos, pois não sabíamos o que fazer. Fui ficando inconformada, pesquisei na Internet e descobri a Rota do Cambuci. Hoje me sinto feliz e realizada, conheço novas pessoas a cada festival e dei uma guinada na vida”
“Os primeiros 300 a 400 Cambucizeiros foram plantados em 2005, com a ideia de produzir xarope, produto tradicional na região e com mercado garantido. Três anos depois, iniciamos a primeira colheita, participamos do workshop que reuniu cerca de 80 produtores e beneficiadores do fruto, e aí a gente começou a ter essa visão do Cambuci, minha esposa começou a fazer geleia e começou a ficar gostoso, não paramos mais”