Projeto no Alto Tietê incentiva agricultores a adotarem práticas sustentáveis e protegerem os recursos hídricos da região

O projeto “Capacitação de agricultores no Alto Tietê para Boas Práticas de Manejo

Agroecológico” iniciou as oficinas formativas no início deste ano. Ele é uma importante estratégia para a conservação dos recursos hídricos e o fortalecimento de práticas econômicas através da implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) em áreas agrícolas com o cultivo de espécies nativas de valor econômico, consorciados com os cultivos agrícolas. 

De acordo com o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos – UGRHI 06/2014, a agropecuária é responsável por importantes poluentes e contaminantes que se infiltram no solo juntamente com a água. Com este projeto, busca-se diminuir os impactos negativos sobre os mananciais e ampliar as áreas de cultivo sustentável nas propriedades, oferecendo capacitações e assistência técnica a agricultores rurais para a transição agroecológica, aliando preservação ambiental ao desenvolvimento local.

As capacitações e visitas técnicas vêm ocorrendo para 4 grupos de agricultores nos municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis, áreas de proteção do manancial e forte presença da agricultura como atividade econômica praticada através de meios convencionais, com monocultura, utilização de agrotóxicos e exposição do solo, acarretando impactos negativos sobre os recursos hídricos.

A região foi historicamente ocupada para o cultivo de Eucalipto e criação de gado, sendo o município de Salesópolis ocupado quase que totalmente desta forma, e Mogi das Cruzes com maior ocupação urbana, porém também grande presença de agricultura convencional de hortaliças e pomares de Caqui. Este modelo de ocupação tem se mostrado predatório em relação aos recursos hídricos e à conservação ambiental de modo geral.

Para o proprietário rural, muitas vezes a Mata Atlântica é vista como um problema, pois “as restrições ambientais imobilizam seu principal ativo, a terra”. Por outro lado, alguns produtores dessa região têm mostrado interesse pessoal e econômico no cultivo agroecológico com espécies nativas, mas encontram dificuldade de acesso a informações técnicas sobre o cultivo, especialmente para adubação, fertilidade de solo e controle de pragas e doenças, além de uma dificuldade maior para inserção dos produtos agroecológicos no mercado. É necessário que esses produtores obtenham sucesso de produção e venda para que se constituam como referência e estimulem seus vizinhos a adotarem a mesma prática.

Por meio do projeto, estamos mapeando, mobilizando e capacitando estes produtores adeptos à agroecologia para inseri-los no movimento de valorização e abertura de mercado dos produtos com espécies nativas, principalmente frutos, folhas e sementes.

O projeto visa mapear, mobilizar e capacitar produtores adeptos à agroecologia para inseri-los no movimento de valorização e abertura de mercado dos produtos com espécies nativas, principalmente frutos, folhas e sementes. Neste momento, estão sendo executadas as etapas de capacitações e assistência técnica com oficinas práticas e teóricas  como “Planejamento Agroecológico da propriedade”, “Plantio de Sistema agroflorestal biodiverso”, “Manejo de matéria orgânica – adubação verde”, entre uma série de outros conteúdos práticos e teóricos. Ao todo, está prevista a sensibilização e a capacitação de 80 produtores.

O projeto “Capacitação de agricultores no Alto Tietê para Boas Práticas de Manejo Agroecológico” é realizado pelo Instituto Auá com recursos do Fehidro, Fundo Estadual que tem por objetivo financiar programas e ações na área de recursos hídricos.

 

 

 

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