As últimas ações do projeto “Capacitação Agroecológica no Alto Tietê”

Quando pensamos na Mata Atlântica, lembramos de toda a beleza e importância ambiental que sua fauna e flora traz. Entretanto, não podemos esquecer o que realmente sustenta tamanha grandeza desse bioma, quais os cuidados que a natureza necessita para manter-se em pé. Como manter o solo saudável; de qual forma é possível proteger os animais; como restaurar o que foi desmatado; enfim, diversas questões que devem vir à mente ao pensarmos na Mata Atlântica. E foi com tal consciência, principalmente a fim de preservar os recursos hídricos da mata, que nasceu o projeto “Capacitação Agroecológica no Alto Tietê”, que agora caminha para a sua finalização.

Com esse objetivo, o projeto sempre atuou de forma a promover capacitações e oficinas teóricas, para expandir os conhecimentos agro-sustentáveis entre os produtores participantes. Também foram realizadas diversas práticas e visitas personalizadas aos ATER (Assistência Técnica Rural) para o acompanhamento detalhado dos sítios pelos técnicos do Instituto Auá. A educação sobre a utilização dos Insumos Biológicos no lugar dos químicos, os manejos de uma produção orgânica, a implementação de Sistemas Agroflorestais e redes de comercialização para pequenos produtores agroecológicos foram alguns dos temas abordados em diversas oficinas ao longo desse 1 ano de programa. Foi esse ensino que abriu possibilidades para grandes transformações nas propriedades, na vida dos agricultores e na Mata Atlântica da região do Alto do Tietê.

Conforme o andamento da iniciativa, diversos sitiantes se depararam com a importância da transição de caráter que suas plantações poderiam passar. No início, os sítios agiam de forma completamente convencional, com ações que prejudicam não somente o bioma mas o solo, a fertilidade, a produtividade, o desenvolvimento dos alimentos e a saúde de todos os envolvidos, trabalhadores e consumidores. Acima de tudo, os lençóis freáticos das áreas de cultivo sofriam as principais consequências poluidoras, espalhando para qualquer forma de vida os problemas ambientais hídricos. 

Dessa forma, foi despertada a necessidade de transicionar os hábitos das produções, deixando para trás o tradicional e adotando algumas técnicas agroecológicas. Com isso, alguns produtores já começaram a atuar com orgânicos, outros implementaram os SAFs, muitos substituíram os Insumos Químicos, que são venenosos, por Insumos Biológicos. O significativo é a sensibilização gerada nos agricultores que agora seguem buscando substituir práticas convencionais pelas ecológicas e se interessam em aprender e implantar cada vez mais soluções. 

Além das ações nos sítios e das oficinas de capacitação, o Instituto Auá, com o suporte do FEHIDRO, também apoiou a realização dos projetos culturais e gastronômicos da Rota do Cambuci. Tais eventos foram realizados nos municípios de Mogi das Cruzes, Salesópolis e Biritiba Mirim.

O encontro final do projeto acontece dia 22/11 e visa fortalecer ainda mais a Rede de Agroecologia do Alto Tietê, integrando atores e buscando alternativas de produção e comercialização. Além disso, também está previsto o lançamento de uma página web específica do projeto “Capacitação Agroecológica no Alto Tietê” que valoriza a agroecologia e o conhecimento para ampliação deste modelo de agricultura.

O projeto é uma realização do Instituto Auá com recursos do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) do Alto Tietê.

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