Nova unidade de plantas medicinais reflete conhecimento coletivo

O Brasil possui milhares de plantas medicinais usadas tradicionalmente e com grande potencial de mercado, podendo compor sistemas agroflorestais dentro dos sítios agroecológicos. Com isso, o Projeto Pomares Mata Atlântica, do Instituto AUÁ, mostra que esses sistemas compreendem as frutas nativas, mas também as diversas possibilidades das plantas brasileiras, como aromáticas, medicinais e ornamentais. Agora, por meio de uma parceria entre o AUÁ e a APTA Pindamonhangaba, instalou-se uma Demonstrativa de Plantas Medicinais do projeto, no sítio Terra Nova, do projeto Pomares, em Salesópolis,que passa a combinar nativas da Mata Atlântica com mais de 30 espécies medicinais para promover este tipo de conhecimento. O objetivo é a pesquisa e possibilidade de propagação de mudas nativas e exóticas com potencial de mercado.

A Unidade contou com a VI Oficina de Implantação e Manejo de Plantas Aromáticas e Medicinais, no último dia 26 de outubro, feita pela APTA Pindamonhangaba, para os cerca de 40 participantes do projeto. Foi planejada pela equipe do AUÁ em conjunto com a produtora Silvia, do sítio, considerando a vocação da propriedade e suas condições para receber um plantio misto. “Contempla árvores frutíferas espaçadas o suficiente para permitir outras produções e está apta a gerar renda em menos de 1 ano. Tudo é baseado em técnicas agroecológicas e, já na primeira vivência participativa, fizemos juntos o biofertilizante que irá nutrir o sistema, além de definir um arranjo com mais medicinais e aromáticas devido ao local”, diz Cláudia Prudente, bióloga do AUÁ.

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O projeto da Unidade visa complementar as ações de capacitação do Pomares Mata Atlântica e aumentar a integração entre os participantes, trazendo um conhecimento prático sobre as agroflorestas com nativas. “É uma representação de sistema agroflorestal que dá a dimensão do que significa implantar um sistema assim, muito baseado na entrada de luz do sol e no espaçamento ideal. Reflete um conhecimento que estamos construindo junto com o grupo”, expressa Hamilton Trajano, técnico agroecológico do AUÁ.

A primeira capacitação abordou temas como: identificação botânica, implantação de um sistema de produção integrada de aromáticas, medicinais e frutas nativas, manejo do sistema, controle natural de pragas e doenças, espaçamento, entre outros. Segundo Hamilton, todos colocaram mão na massa e o trabalho coletivo permitiu aos participantes do Pomares se apropriarem do conhecimento.

Finalmente, o potencial das aromáticas e medicinais para geração de produtos de qualidade é crescente. A Melissa brasileira, por exemplo, pode ser usada tanto fresca no chá quanto por meio do óleo essencial. Da mesma forma, o extrato do Guaco e de Fáfia ou Ginseng brasileiro, mostram o quanto a Mata Atlântica pode ser recuperada apostando-se no uso sustentável de suas incríveis espécies nativas.

 

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