A caminhada e a reta final do projeto Semeando Economia Verde na Mata Atlântica

O cuidado com a Mata Atlântica é cuidar também dos produtores familiares, da saúde dos consumidores, da biodiversidade das espécies de fauna e flora, e da geração de renda a partir do convívio harmônico do humano com a natureza. Assim, preservar um bioma e aproveitar o que ele tem a oferecer, requer a formação de um ecossistema funcional e benéfico para todos os envolvidos. 

A partir dessa consciência de valores é que foi possível a excelente execução do projeto Semeando Economia Verde na Mata Atlântica. Com a parceria do Instituto Auá com a Fundação Banco do Brasil, 40 sítios da região de 13 municípios do entorno da Serra do Mar de São Paulo puderam ter suas estruturas ambientais e formas de trabalho transformadas. 

 

Tendo isso em consideração, os objetivos do programa visam o aumento da capacidade produtiva de frutas nativas da Mata Atlântica por agricultores familiares e, a partir de tal produção, a validação de um modelo de geração de renda para eles, além da recuperação da biodiversidade e das espécies nativas no estado de São Paulo, que encontram-se em situação de grande risco. A fim de atingir os resultados desejados, estabeleceu-se uma meta de plantar 50 mil mudas, a qual foi superada e mais de 55 mil mudas foram cultivadas em um total de 30 hectares envolvendo aproximadamente 120 produtores, assentados da reforma agrária e neo rurais.

Para tal finalidade, aplicou-se a metodologia de Manejo Agroecológico em Sistemas Agroflorestais (SAFs) e/ou Sistemas Silvipastoris com o uso mínimo de 70% de espécies e indivíduos nativos da Mata Atlântica e 10% de espécies ameaçadas de extinção por projeto. Dessa forma, os sítios foram adquirindo um caráter de Sistemas Biodiversos Sucessionais, com diversas variações de espécies agrícolas. 

 

Nesta reta final, após 1 ano e meio de projeto, os técnicos estão visitando as propriedades para acompanhamento da evolução dos SAFs e fazendo assistência personalizada para apontar soluções que ainda se façam necessárias para o sucesso da implantação dos plantios. O Sítio Majolê é um exemplo uma vez que seu solo degradado necessitou de uma técnica alternativa para seguir com o bom desenvolvimento das plantas. Assim, aplicou-se um consórcio no qual houve o intercalamento do Guapuruvu, de crescimento rápido, com a Cordia Branca, que possui um desenvolvimento lento. Outro método muito aplicado, por exemplo no Sítio dos Ipês, é a utilização de espécies como arbustos de Feijão Guandu que servem como proteção para as outras mudas em períodos como o inverno. 

 

Devido às ações do projeto, agricultores como o beneficiário Moacir, do Sítio Pedro Maria, puderem reduzir cada vez mais suas jornada de trabalho fora do Sítio e se dedicar ao seu SAF, realizando assim seus sonhos de viverem da agricultura sustentável. Os solos dos terrenos também são devidamente recompensados, como o do Sítio Biomah que possuia um caráter degradado mas que, atualmente, desenvolve com satisfação o crescimento das espécies cultivadas. Além disso, muitas nativas foram recuperadas e são utilizadas em produções de alimento e sua posterior venda, como é o caso do Sítio Annapurna, o qual carrega o plantio de  Cambuci, Uvaia, Grumixama e agora as novas mudas de Juçara!

A visão de transformação de vida para o meio ambiente e para os produtores foi o que movimentou todos os envolvidos na realização do Semeando!

 

 

 

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