Reciclagem de óleo expande reflexão ambiental em formação de diretores escolares na região metropolitana de SP
A integração dos gestores escolares de Itapecerica da Serra (SP) em torno das questões ambientais para um mundo mais sustentável foi a finalidade do 1º Encontro Formativo de 2017, promovido pela equipe de educadores do Instituto Auá, no âmbito do Programa Meio Ambiente nas Escolas. O município já possui 20 escolas trabalhadas pelo programa, que se soma às atividades escolares para a coleta do óleo e reciclagem de resíduos, permitindo ainda o fortalecimento das comunidades do entorno das instituições de ensino.
A formação aconteceu no último dia 24 de fevereiro, envolvendo cerca de 70 diretores de escolas do município, e seguirá ainda para as escolas de Mairinque e Itapevi, formando gestores e professores em março. O esforço une-se a busca por estimular a discussão da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795 – 1999) nas escolas, uma referência importante para ser desenvolvida junto aos educadores.
O programa é uma parceria do Instituto Auá, Preserva Recicla e Cargill, para a coleta de óleos comestíveis usados e sensibilização ambiental, tendo atingido 128 escolas públicas em 5 municípios em 2016. As escolas tornam-se pontos de coleta de óleo vegetal e o valor do óleo arrecadado reverte para a Associação de Pais e Mestres. No ano passado, 17 mil litros foram coletados e cerca de 49 mil alunos envolvidos diretamente nas ações educativas.
Nesse sentido, o Encontro Formativo agregou subsídios para a reflexão e o senso crítico dentro da educação formal, potencializando o trabalho em rede no município. “Sensibilizar as crianças é uma forma de atingir os pais e a comunidade, envolvendo a todos na coleta para que os materiais recicláveis cheguem às cooperativas, o que contribui com o próprio Programa de Coleta Seletiva da cidade”, destacou a responsável pelo programa na prefeitura.
As educadoras do Instituto Auá apresentaram o contexto das principais problemáticas ambientais do século 21, em que a exploração dos recursos naturais tornou-se causa do desequilíbrio ambiental planetário, a exemplo da situação climática atual. “Pela educação ambiental, podemos questionar a relação do ser humano com a natureza e o que o consumo excessivo vem provocando. Assim, despertamos para o ciclo por trás dos produtos, quais são nossas reais necessidades e que resíduos não são simplesmente jogados ‘fora’, mas no ambiente onde vivemos”, colocou a educadora Anne Trummer.
A formação enfatizou a importância da Agenda 2030 das Nações Unidas, em que os países buscam cumprir metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como erradicação da pobreza, igualdade de gênero, alimentação saudável, conservação de florestas ou cidades sustentáveis. “No caso das cidades, há exemplos de permacultura, com produção do próprio alimento e compostagem, enquanto no tema dos alimentos, devemos buscar a diversidade de espécies e de sistemas saudáveis, pois o Brasil ainda é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo”, disse Laura Labaki, educadora do Instituto Auá.
Ao final do encontro, os diretores foram estimulados a construir planos de ação colaborativos, imaginando o envolvimento da comunidade escolar a partir da temática da coleta de óleo vegetal usado. “O exercício revelou o valor da educação ambiental, quando reeducamos nosso olhar para o cuidado com o espaço onde vivemos, para como nos relacionar com a realidade ao nosso redor”, finalizou a educadora Isis Mantovanelli.