Semeando Biodiversidade no Vale do Paraíba: Unindo Agricultura Familiar e Restauração da Mata Atlântica
A jornada em direção à restauração da Mata Atlântica e à geração de renda para a agricultura familiar está evoluindo. Isso é resultado de um amplo esforço para disseminar a visão da coexistência entre atividades agrícolas e a preservação da floresta da Mata Atlântica. Essa visão ganhou força através de projetos em andamento, que conseguiram tocar profundamente os envolvidos. Nesse contexto, nasce o projeto inovador “Semeando Biodiversidade no Vale do Paraíba”, que tem como objetivo continuar o plantio de mudas nativas em Sistemas Agroflorestais e expandir alternativas viáveis e transformadoras para os agricultores.
Para dar continuidade a essa diferença no bioma, o projeto busca plantar 3 mil mudas na região da Serra do Mar, englobando o Vale do Paraíba. Com essa iniciativa, almeja-se recuperar 1,5 hectares de áreas degradadas no ecossistema da Mata Atlântica no estado de São Paulo. Além disso, o projeto visa compartilhar conhecimento, promover e monitorar Sistemas Agroflorestais, fortalecendo as cadeias produtivas e a bioeconomia das espécies nativas.
Levando em consideração o histórico de plantio convencional das regiões que serão abraçadas pelo projeto, o entorno da Serra do Mar envolvendo o Vale do Paraíba, compreende-se que boa parte destes locais têm um relevo acidentado, montanhoso, com solos sensíveis e já degradados por processos erosivos. Essa problemática é uma das que será revertida com o plano de tornar o solo cada vez mais fértil, utilizando ações e sistemas de uso do solo que favoreçam a sua proteção e recuperação e que promovam uma maior infiltração da chuva para abastecimento do lençol freático.
Uma outra questão importante é a deterioração do solo, que leva a um desequilíbrio ecológico. Isso acarreta consequências negativas para os agricultores familiares, resultando em baixo potencial de produção. Eles precisam gastar cada vez mais dinheiro para compensar a baixa fertilidade do solo através do uso crescente de insumos químicos. Isso os mantém presos ao paradigma agronômico tradicional. O desequilíbrio do sistema leva a deficiências nas plantas cultivadas, exigindo cada vez mais agrotóxicos para garantir a produção, tornando-se assim um ciclo de aumento de custos e prejuízo para a saúde da terra, dos corpos hídricos e dos agricultores após lidar com tantos venenos. Com isso, o Instituto Auá deseja transicionar o estilo de produção das propriedades rurais do convencional para o agroflorestal e biodiverso, oferecendo soluções naturais para manter o plantio e resoluções econômicas inteligentes que tragam lucro ao invés de dependência para os produtores e suas famílias.
É sabido que a agricultura familiar desempenha um papel crucial na economia e na segurança alimentar do Brasil, sendo responsável por mais de 70% dos alimentos consumidos no país e empregando a maior parte da mão de obra rural. Portanto, garantir que essa produção seja saudável para os consumidores e harmoniosa com a natureza, ao mesmo tempo em que preserva a Mata Atlântica, é essencial. Com isso em mente, o Instituto Auá e a Fundação Banco do Brasil assumem o compromisso de serem os principais atores na transição de propriedades convencionais para modelos mais biodiversos.