Pomares Mata Atlântica avança com formação de mulheres e beneficiamento de nativas
Compor uma rede de produtores de espécies nativas da Mata Atlântica do Sudeste mostra-se cada vez mais um objetivo viável e o novo projeto do Instituto AUÁ com financiamento da Fundação Banco do Brasil dá novo passo para fortalecimento da agroecologia nesta região. Serão capacitadas 30 mulheres agricultoras e 5 famílias de beneficiadores de frutas nativas nos municípios de Salesópolis, Paraibuna e Natividade da Serra, em São Paulo.
O projeto “Estruturação do Arranjo Produtivo Sustentável do Cambuci e Nativas da Mata Atlântica do Sudeste” enfoca a conservação dos remanescentes do bioma no entorno da Serra do Mar por meio da composição de pomares com espécies nativas. Como ações principais, haverá capacitação do público alvo, ampliação de infraestrutura nas propriedades, logística e formação do mercado consumidor de nativas. As parcerias com prefeituras e produtores já foram firmadas, com assinatura do termo de adesão ao projeto.
Além das produtoras e das famílias beneficiadoras envolvidas, o Instituto AUÁ já trabalha com os estabelecimentos comerciais e gastronômicos parceiros, visando a consolidação de um novo ecomercado. Assim, entre os objetivos também está a inserção de frutos congelados e derivados em novos pontos de venda, por meio de freezers do Empório Mata Atlântica.
“A produção de espécies nativas na região da Serra do Mar está cada vez mais relacionada à promoção da melhoria na qualidade dessa produção, seja nos cultivos seja no beneficiamento do fruto. Para obtenção de frutos classe A, são necessários informação sobre o processamento, diminuição da perda, fluxo da entrada destes frutos para congelamento, entre outros aspectos. A infraestrutura prevista no projeto atender necessidades do beneficiamento, assim como a seleção das produtoras e beneficiadores aconteceu com base em sua experiência com esses cultivos”, destaca Hamilton Trajano, técnico agroecológico do Instituto AUÁ.
Serão realizadas oito oficinas de capacitação agroecológica, distribuição de cartilhas e livros sobre produção e manejo de frutíferas nativas para produtores rurais e “kits” de beneficiamento, que incluem freezers, seladora e caixas de higienização e armazenamento. Entre os temas da formação estão: produção orgânica, fisiologia vegetal, sementeiras, estufas de germinação e cultivo, adubação verde, manejo do mato e controle de plantas daninhas, insetos e doenças, biofertilizantes e caldas.
