Participantes do Curso de Formação Ecoprofissional descobrem vocações em atuação comunitária
O Curso de Formação Integral e Ecoprofissional, que aconteceu entre dezembro de 2014 e junho de 2015, com cerca de 40 profissionais da rede pública de Araçoiaba da Serra surpreendeu alunos e envolvidos com o projeto, conduzido pelo Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental. Após aprofundarem o estudo de suas capacidades e vocações individuais, os participantes iniciaram um desafio inédito, de aplicar o conteúdo dessas descobertas em projetos de intervenção em seu meio, fazendo da realidade local um verdadeiro “laboratório” de experiências socioambientais.
“Fomos levados a refletir sobre nossos potenciais e fragilidades, o que proporcionou o autoconhecimento para um maior poder de decisão consciente sobre a vida. A comunidade escolar que frequentou o curso passa a repensar o fazer pedagógico a partir de novas perspectivas”, destacou Maria Angélica Bergamini, Secretária Adjunta de Educação de Araçoiaba da Serra, que está dentro do Programa Araçoiaba Sustentável.
O curso aconteceu em parceria com o programa da prefeitura e o CVT de Agroecologia de São Roque, com 160 horas de atividades e condução das capacitações pela conselheira do Instituto Auá, Ondalva Serrano. Com base em sua experiência na criação da metodologia do Programa de Jovens Meio Ambiente e Integração Social, da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, Ondalva levou a todos a oportunidade de ampliar seus perfis profissionais e vocacionais, sempre com o objetivo de gerar ciclos virtuosos de realização pessoal e de contribuição com processos de gestão participativa e responsável em sua comunidade.
Um exemplo foi o processo vivenciado por Angélica, que também participou do curso e após descobrir vocações pessoais para articulações e associações entre parceiros, elaborou a ideia de aproximar diferentes segmentos, como organizações sociais, setor público, conselhos de direito e sociedade civil para fortalecer o programa Araçoiaba Sustentável. No âmbito escolar ela vem impulsionando encontros entre educadores e famílias para sua autonomia nas decisões que afetam a instituição, como a reformulação do próprio regimento escolar.
Já o educador Toni Lourenço conta como seu processo de aprendizagem desencadeou o fortalecimento da Comissão Estudantil Ambiental na EMEF Celso Charuri, onde atua, e cuja comissão passa a executar projetos voltados às questões ambientais na escola, como hortas e espaços verdes. “O envolvimento de professores e alunos nesta comissão aumenta a consciência para a melhoria do ambiente onde vivem”, ressalta.
Para a bióloga Débora, aluna do curso, esta formação possibilitou clarear o caminho para o retorno ao trabalho após a maternidade. “Pude refletir sobre meu momento, quem sou e o que quero, estabelecendo metas objetivas: voltar a atuar no terceiro setor e no poder público, contribuir para a criação de fóruns coletivos de discussão na cidade e como recuperar áreas de nascentes e mata ciliar”, diz. A partir desse planejamento, ela já propôs uma ação visando a união dos moradores para a limpeza do lago de Araçoiaba da Serra.