Instituto AUÁ lança projeto Pomares da Mata Atlântica para recuperação do Alto Tietê com agroflorestas

Pelos próximos 18 meses, o Instituto AUÁ irá atuar junto aos produtores rurais de Salesópolis, Mogi das Cruzes e Biriba-Mirim, no Alto Tietê, para que se tornem protagonistas na recuperação da natureza e componham uma rede de desenvolvimento local sustentável neste território. O projeto “Pomares Mata Atlântica – Conservando águas e florestas no Alto Tietê” é uma parceria com o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e fará o cadastramento de 100 hectares nas propriedades agrícolas para projetos de plantio de sistemas agroflorestais com espécies nativas, incluindo capacitações e assistência técnica para os produtores com a entrega de um plano de desenvolvimento agroecológico.

A iniciativa na região da Bacia do Alto Tietê-Cabeceiras explica-se por seu papel na manutenção das fontes de água que abastecem mais de 4,5 milhões de pessoas na região metropolitana de SP. A terra preservada em conjunto com as nascentes e mananciais configuram-se com o grande patrimônio do produtor rural, o que reforça a importância do plantio de espécies florestais para a conservação do solo. O objetivo é formar pomares agroflorestais que incrementem a renda do produtor rural, fazendo as espécies nativas chegarem a um mercado que valoriza cada vez mais os produtos dos biomas brasileiros.

“Faremos um trabalho específico com cada propriedade, ao mesmo tempo em que serão desenvolvidas articulações com as Secretarias de Meio Ambiente e atores locais para formação de uma rede de cooperação nos três municípios, a qual poderá ser um legado importante do projeto na valorização das nativas em um modelo de sustentabilidade para a região”, destaca Maurício Santos, gestor do projeto no Instituto AUÁ.

Por seu papel na abertura de mercados por meio do Empório Mata Atlântica, o Instituto também irá apoiar esses produtores na comercialização de seus produtos numa cadeia produtiva com retorno justo.

No campo, serão formadas composições com diversas plantas nativas que servem a produtos madeireiros e não-madeireiros e terão aspecto de floresta. Espécies frutíferas, madeireiras, plantas medicinais, ornamentais e aromáticas se integrarão à área agrícola, e entre os benefícios diretos dos cultivos estarão: menor custo de produção com técnicas agroecológicas; melhor aproveitamento do sistema com uso da biodiversidade; aumento da fertilidade do solo; equilíbrio dos ecossistemas locais; aumento da segurança hídrica; promoção da segurança alimentar e nutricional; e resgate de culturas esquecidas com valorização das plantas nativas e do agricultor.

Quanto ao funcionamento do projeto, serão oferecidas formações em técnicas agroecológicas e, ao final do projeto, as propriedades terão um plano de desenvolvimento agroecológico, incluindo um plano de negócios e suporte técnico e comercial para abertura de mercado.

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