Sítio Novo Mundo leva alimentos com consciência aos associados semente

Produzir alimentos orgânicos ainda é um desafio para quem atua com técnicas sustentáveis, capacita trabalhadores e comercializa seus produtos num mercado dominado por alimentos convencionais (com agrotóxicos). “Em Ibiúna, apesar da grande presença de bairros rurais, a produção orgânica diminuiu, pois nos anos 2000 muitos se impressionaram com a perspectiva de lucro, esquecendo da importância de investir em técnicas e insumos diferenciados”, conta Massani Yoshizimi, proprietário do Sítio Novo Mundo, que existe há 14 anos e produz orgânicos certificados desde 2009 no município.

A consciência para o valor de uma alimentação saudável e os malefícios dos agrotóxicos tornará essa produção cada vez mais favorável, mas os obstáculos para quem produz continuam grandes, a exemplo do desinteresse da nova geração em permanecer no campo, o que leva à venda de muitas propriedades rurais.

Tudo isso reforça o trabalho realizado pelo Sítio Novo Mundo, que aposta principalmente na consciência do consumidor para a melhoria na qualidade de vida embutida no alimento que consome. “O ideal é deixarmos de comprar em grandes supermercados, para procurar direto o produtor, estreitando essa relação”, diz Massani.

E é esse o benefício da parceria com a Banca Orgânica, que realiza a gestão da distribuição dos alimentos de produtores como o Sítio Novo Mundo, para coletivos de consumo na região metropolitana de São Paulo. Com isso, inverte-se uma relação insustentável, em que grandes redes de varejo cobram até 75% da receita da venda de orgânicos frente ao produtor. Ao contrário, a Banca Orgânica aplica somente 25% da receita das vendas para a gestão do empreendimento, como a divulgação da causa e a capacitação de produtores, revertendo o restante para o agricultor.

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“E também aproxima o consumidor do campo, pois as pessoas querem saber de onde vem o que comem, quem cuida de seu alimento e como ele é produzido. Esse contato muda a percepção da comida, que se torna até mais saborosa”, diz Fabiano Ferreira, sócio de Massani.

Na área do sítio são produzidas dezenas de espécies orgânicas, a exemplo de variedades únicas de mini tomate orgânico, pimentões, alfaces, e temperos como manjericão, coentro e louro, sempre frescos e livres de agrotóxicos. A proposta é chegar a atender até 1 mil cestas semanais da Banca Orgânica nos próximos anos.

“Trabalhamos com a visão de que a agricultura tem o tempo certo, respeitando a natureza e contando com sua colaboração, sempre com planejamento, pois a produção orgânica é também uma ciência”, expressa Massani. Além da atualização em cursos na área, ele visita constantemente outros sítios no Brasil e países como o Japão.

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