Serviços ecossistêmicos enriquecem construção do Plano Municipal de Mata Atlântica de São Paulo

O município de São Paulo começou 2015 com a boa notícia de que realizará o seu Plano Municipal de Mata Atlântica (PMMA), o qual significa mais do que um documento técnico para a preservação, mas sim um “guarda-chuva” para diferentes ações ambientais, em debate com a população do município, para o objetivo de conservar e recuperar a vegetação nativa da cidade. O PMMA também articula políticas, como o Plano de Áreas Verdes e Espaços Livres, o Plano de Arborização Urbana e o Plano de Recuperação de Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais.

Nesse sentido, o Instituto Auá, a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo – RBCV e a Fundação Florestal reuniram-se com a equipe da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo – SVMA, responsável pela condução do PMMA, para aportar o método de mapeamento de serviços ecossistêmicos para a realidade do município. A metodologia utiliza os conceitos da Avaliação Ecossistêmica do Milênio, podendo avaliar a existência e intensidade de determinado serviço prestado pela natureza numa região especifica da cidade. Entende-se que esse mapeamento contribui com a definição de políticas de conservação de áreas da cidade com significativa cobertura vegetal, impedindo que sejam suprimidas para dar lugar a outros equipamentos ou infraestrutura urbanos.

Serviços Ecossistemicos - PM de conservaçao da MA-SP

A metrópole de 1,5 mil km2 ainda possui uma cobertura vegetal que garante a manutenção do ciclo da água, a qualidade do ar, o equilíbrio climático ou a proteção de áreas de risco, mas por sua complexidade necessita com urgência de estudos que permitam conservar esses fragmentos. E o conhecimento dos serviços ecossistêmicos prestados é um importante apoio nesse sentido.

“Por meio de instrumentos de coleta de dados, desenvolvidos pela RBCV e SVMA com apoio do Instituto Auá, Instituto Florestal e Fundação Florestal, usados nas oficinas públicas do PMMA e previamente sistematizados pela RBCV, soubemos, por exemplo, que algumas áreas da Zona Leste de São Paulo possuem grande importância para prestar esses serviços, como a indicação de presença de árvores frutíferas, plantas ornamentais e medicinais e corpos d´água, o que torna o local mais fresco, permitindo até a realização de trilhas para contato com a natureza e uso para prática de esportes, lazer e atividades educativas”, diz Bely Pires, diretora do Instituto Auá e participante do processo.

Segundo ela, quando as pessoas demonstram perceber os benefícios desses locais, isso influencia em instrumentos de políticas públicas para sua conservação. “Assim a visão de serviços ecossistêmicos dialoga com o PMMA pois ambos tratam de áreas com cobertura vegetal que precisa ser conservada ou recuperada, com indícios das que possuem benefícios para o bem-estar das pessoas”.

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