Safra 2019, novos mercados, indústrias e Cambuci com selo orgânico!
Vários produtores de frutas nativas e, especialmente, de Cambuci estão em processo de certificação orgânica ou já possuem o selo que garantem para o mercado que o fruto é produzido de forma inteiramente natural, respeitando-se a terra, as pessoas envolvidas no trabalho e o meio ambiente.
Os produtores Maurício Ferreira e Victor Augusto Secoli Silva, da Rota do Cambuci, gerida pelo Instituto AUÁ, possuem até 1.400 pés do fruto da Mata Atlântica e, em 2018, conseguiram a certificação de produção 100% orgânica. “ A motivação partiu da própria exigência do mercado, pois consumidores de produtos diferenciados como o Cambuci buscam a qualidade de vida implicada na alimentação orgânica”, diz Victor.
Ele conta que o impulso definitivo para certificar o fruto veio em 2017, em um encontro promovido pelo Instituto AUÁ com os produtores, em que houve uma capacitação sobre agroecologia e certificação orgânica. “Percebemos a importância de migrar do manejo convencional para esta forma natural de produzir. Assim, iniciamos o processo de transição do pomar de Cambuci e das hortaliças e, de lá para cá, certificamos também o Araçá e a Uvaia”, conta.
Certamente, o selo orgânico associado à forte divulgação do Cambuci nos últimos anos irá aumentar a procura pelo fruto, o que também levou a produtora e beneficiadora Camila Asmussen, de Natividade da Serra, a iniciar o processo de certificação das nativas da Mata Atlântica junto com o grupo de 8 produtores locais. Sua propriedade já foi aprovada na auditoria orgânica e deverá obter a certificação para produção. Da mesma forma, o produtor Christian, de Piedade (SP), possui o selo de transição agroecológica, tendo percebido a importância de obter ainda a certificação orgânica, a qual já iniciou. E ainda este ano, o Instituto AUÁ fortalece a parceria com a Cooperapas, a Cooperativa de Produtores Orgânicos de Parelheiros (SP).
Este ano a safra de Cambuci inicia com grande potencial, de até 100 toneladas do fruto, da Rede de Produtores da Mata Atlântica. E o mercado? O Instituto vem trabalhando há 5 anos na abertura de parcerias para comercialização dos frutos nativos com retorno justo ao produtor. Apesar de todas as dificuldades, podemos comemorar boas notícias.
Já existem indústrias com demanda para o AUÁ de Cambuci orgânico, como a Juçaí, em fase de desenvolvimento de produto. Além disso, consolidaram-se as parcerias com a Ecofresh, para o famoso Creme de Cambuci, a CambuSanto, cachaça premiada como a segunda melhor do Brasil, e o Le Manjue, que fabrica o Kombucha com o fruto com receita do Chef Renato Kaleffi. Aliás, este ano a comercialização do Kombucha passa a acontecer também na Rede Pão de Açúcar, o que amplia ainda mais o acesso ao consumidor a produtos baseados na biodiversidade brasileira.