Ondalva Serrano mostra que conhecer essência individual é base para realização na sociedade
O reconhecimento de que todo ser humano possui um potencial a ser desenvolvido está em sintonia com a metodologia educativa do Instituto Auá, que trabalha com base no conhecimento individual, no conhecimento do outro e do seu próprio meio para a plena realização em sociedade. Essa metodologia inspirou a oficina “Desenvolvimento humano, formação ecoprofissional e educação integral”, que aconteceu no último dia 4 de março, no projeto Linha de Costura, em Osasco.
A educadora e conselheira do Instituto Auá, Ondalva Serrano, é responsável pelo método que permitiu a formação de mais de 2,5 mil indivíduos em quase duas décadas de atuação do Programa de Jovens – Meio Ambiente e Integração Social, da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo. Baseia-se na visão sistêmica da realidade, com a integração entre os diversos campos do conhecimento e sua relação com os saberes em transformação e as múltiplas inteligências do ser humano.
Sua oficina tratou de como se dá a realização de um programa de ser humano, como caminho para se construir o perfil ecoprofissional embasado em vocações singulares que cada um possui. Para isso, é necessário primeiro se autoconhecer, descobrindo dons e talentos, para então conhecer o outro e a convivência em sociedade, onde todos acabam se co-construindo e crescendo em conjunto.
Aprende-se assim, a conviver com a sociedade construída historicamente, desvendando suas leis e mecanismos, e assim avaliando o que de fato faz sentido. Finalmente, é possível intervir nesta sociedade, colaborando e criando juntos, para que seja saudável, sustentável e garanta a continuidade de nossa espécie.
“Todo ser humano é único e muito diferente dos demais, nosso desafio é viver na diversidade e conviver para crescer. Entender as leis que regem a vida no planeta, conhecer a natureza. Mas o difícil mesmo é conhecer a si próprio, buscar se administrar e com isso ser feliz. A cada dia que transcendemos uma limitação nos sentimos mais forte e com coragem para intervir no coletivo”, revelou Ondalva.
Segundo ela, cada pessoa possui um programa potencial que ainda não está revelado e só acontece durante a vida, de acordo com as condições sociais. Em sua apresentação, foi possível notar aspectos de nossos múltiplos personagens, necessidades humanas essências, importância de uma alimentação funcional e o desenvolvimento a partir dos diferentes ciclos baseados em setênios.
“Trata-se de um desafio bastante grande, pois nossa organização social não está comprometida com esse processo de conhecimento”, finalizou.