Oficina de planejamento de projetos permite simular transformação social em Osasco
O problema da dependência de drogas entre adolescentes, que muitas vezes acarreta em desestruturação familiar, está ligado à não efetivação de políticas públicas de prevenção, devendo-se perseguir o objetivo de empoderar os jovens e suas famílias. Essa constatação surgiu de um dos grupos de representantes da assistência social e de organizações locais em Osasco durante a última oficina “Planejamento e Gestão de Programas e Projetos”, dentro do projeto Linha de Costura, do Instituto Auá.
O advogado especializado em governança no terceiro setor, Danilo Tiisel, combinou aspectos conceituais a atividades práticas para desvendar a importância de se escrever projetos para a solução de problemas no município, no último dia 22 de janeiro. Ele mostrou que a gestão por projetos prevê justamente escolher um problema, identificar sua causa e os resultados esperados com a solução. Para a Organização das Nações Unidas, projetos são atividades planejadas, com começo, meio e fim, contando com uma equipe e orçamento definidos.
“A vantagem de se elaborar projetos está em tornar mais claras as responsabilidades e resultados, aumentando inclusive as possibilidades de financiamento, pois o projeto escrito de forma objetiva permite ao financiador saber onde e como a organização deseja chegar, incluindo o impacto social que irá causar”, expôs Tiisel.
Mas é preciso estar atento à liderança que tornará o processo descentralizado, pois ela necessitará descobrir e estimular talentos, estar atenta aos objetivos maiores da organização e manter uma atitude individual ao mesmo tempo em que atua na causa coletiva. É preciso criatividade, boa gestão e capacidade de alinhamento de objetivos.
O público do Linha de Costura vem construindo sua atuação em rede e aplicando o conhecimento adquirido a situações reais. O trabalho com projetos envolve, por exemplo, gerenciar situações que acontecem ao mesmo tempo ou o desafio de conhecer seu público-alvo, suas necessidades e seu perfil geográfico, algo familiar para os técnicos da assistência social ou das organizações locais.
“O problema da negligência, abandono ou violência enfrentado por crianças e jovens do Jardim Padroeira é um tema importante e, por já conhecermos esta realidade, propomos a busca de objetivos como fortalecer as famílias com reuniões socioeducativas, possibilitar atividades profissionalizantes e criar espaços de lazer e cultura”, apresentou um dos grupos da oficina, mostrando sua compreensão do público-alvo local.