Jovem de Paraibuna revela impacto do PJ-MAIS em seu caminho
O jovem Luiz Fernando Martins, morador do município de Paraibuna (SP), teve sua experiência de vida transformada pela passagem no Programa de Jovens Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS), da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, conduzido pela AHPCE e Instituto Florestal e cujo Núcleo de Educação Ecoprofissional local é coordenado pelo Instituto H&H Fauser. Neste depoimento, publicado no Blog do Núcleo de Educação Ecoprofissional do Programa, ele conta como a teoria e a prática influenciam nos valores e talentos voltados ao ecomercado e ao desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável.
“Quando fui para a Fazenda São Pedro, onde o curso acontece, achei o lugar parecido com o ambiente escolar, com regras, salas e carteiras de escola, mas me senti logo feliz por estar junto a novos colegas. Mesmo assim, era cansativo ir direto da escola para esta outra atividade.
O primeiro semestre foi bem legal, aprendemos de tudo um pouco, principalmente sobre a culinária de Paraibuna, que nos levou a escolher o milho como projeto experimental pois está relacionado com uma festa que já existe na cidade, a Pamonhada, então fizemos várias criações como brigadeiro de milho, biscoito, sequilhos, sempre com milho.
Nas oficinas de Promafs, o semestre foi mais cansativo, pois precisamos dar uma “geral” em todo espaço da fazenda, nas plantas, na área projetada para ser a horta, até começarmos a deixar o núcleo com a nossa cara.
Já o Consumo Lixo e Arte foi uma das melhores oficinas no primeiro semestre, em que reutilizamos materiais da natureza que são descartados, e aprendendo a função de cada elemento, sementes, troncos, cascas, etc, descobrindo como fazer instrumentos musicais e enfeites.
Mas foi a oficina de Turismo Sustentável que despertou meu maior interesse. Conheci e passei a gostar do lugar onde vivo, aprendi sobre a parte histórica e a cultura de Paraibuna. E comecei a me preparar para fazer monitorias.
No segundo semestre, comecei a praticar monitoria como voluntário na Fundação Cultural, e foi aí que me encontrei de verdade, descobri em mim o potencial de falar em público, de guardar datas e informações específicas, e então peguei gosto pelo turismo que pode ser realizado em minha cidade como um verdadeiro negócio sustentável.
Fiquei cada vez mais feliz com o que o Programa de Jovens me proporcionou e fui me aprofundando na oficina de Turismo Sustentável, muito bem coordenada pela turismóloga Elaine Nogueira.
Descobri, ao longo do tempo, que o PJ-MAIS não era nem um pouco parecido com a escola. A escola me deu toda base estrutural de conhecimento, mas o Programa me proporcionou uma nova forma de relação com o espaço, com o mundo, com práticas, onde sou co-responsável por ele. Isso me motivou a cuidar de onde estávamos, praticando as oficinas, e a conviver ao máximo com os coordenadores, pois sempre existiu uma amizade e cumplicidade entre nós, fazendo com que tivéssemos uma liberdade conscientemente responsável.
A oficina de Educação Científica foi uma das mais importantes para todos os PJs, tanto que continuei frequentando a oficina após formado, para conseguir concluir meu projeto. Com a coordenação da bióloga Milena Antunes, desenvolvemos projetos de nossa escolha, mas a partir de problemas que diagnosticamos na cidade onde vivemos. Era complicado e cansativo, acabávamos indo dormir às 1h, 2h às vezes 5h da madrugada no mês que antecedeu às inscrições da FEBRACE, feira que participamos em São Paulo. Mesmo assim, acordávamos às 6h da manhã para ir à escola, e ficamos três semanas nessa rotina, incluindo sábados e domingos. O desgaste físico e psicológico foi grande, mas todo esse esforço valeu a pena, e eu e outros jovens conseguimos concluir nossas monografias.
Hoje, tenho muitos planos para o futuro: trabalho, estudo, fazer uma faculdade de Turismo, mas o principal de tudo isso é que aprendi como ser um profissional e um ser humano responsável, que conclui o que começa com valores pessoais.”