Formação ecoprofissional é lei em Cajamar (SP) e jovens ganham viveiro

O Programa de Jovens – Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS) formou ecoprofissionais em mais de dez municípios desde sua origem, em 1996. Em Cajamar (SP), o potencial do programa influenciou as políticas públicas e, em 2010, o PJ-MAIS virou Lei municipal, resultando em financiamento pela prefeitura e bolsa para os jovens que participam da iniciativa.

Até o momento, cerca de 210 jovens foram atendidos pelo programa em Cajamar, que oferece oficinas de Formação Integral; Turismo Sustentável; Produção e Manejo Agrícola e Florestal Sustentáveis; Agroindústria Artesanal; Consumo, Lixo e Arte. Entre os resultados percebidos pelo PJ-Mais, estão a maior iniciativa dos jovens em continuar seus estudos e trabalhos no ecomercado, além de se tornarem mais comunicativos e aptos a trabalhar em grupo.

De forma geral, o PJ-MAIS, uma iniciativa conjunta da RBCV de São Paulo e da Associação Holística de Participação Comunitária Ecológica (AHPCE), forma jovens entre 15 e 21 anos de idade em zonas periurbanas e no entorno de áreas protegidas, com treinamento ecoprofissional ao longo de dois anos, simultaneamente ao ensino médio.

Apesar de Cajamar possuir grande oferta de empregos na indústria, a experiência do PJ-Mais vem demostrando que há solo fértil para o empreendedorismo – a exemplo de um jovem que criou o projeto de trufas a base de araçá – ou para possíveis iniciativas de recuperação florestal, onde os jovens poderão trabalhar com cultivo e produção de mudas, voltadasa empresas obrigadas à compensação ambiental após implantação de atividades impactantes. Nesse sentido, o projeto de um viveiro de mudas nativas vem ganhando espaço no contexto local.

O viveiro já se encontra construído, acargo da Diretoria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo da Prefeitura, e tem perspectiva de receberpatrocínio pela iniciativa privada. “A ideia é fazer a recuperação do local, com estrutura para as mudas, construção de cisterna e até uma trilha educativa na mata vizinha, para que os jovens se tornem cuidadores do espaço, com geração de renda, pois muitas empresas dependem das mudas para compensar o impacto de suas atividades”, explica Arianne Brianezi, gestora do PJ Mais na AHPCE.

As oportunidades de atuação ecoprofissionais são limitadas no município, essencialmente industrial, mas de outro lado há potencial de monitoria ambiental no Parque Municipal de Cajamar, na Fazenda Japiapé, e a existência de 36 escolas municipais que poderiam envolver os alunos nessas visitas. “Também estamos elaborando um diagnóstico nas empresas da região para identificar onde há oportunidade para atuação na área ambiental. Além da satisfação de termos dois jovens do programa participando hoje do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), onde se capacitam para ocupar esses espaços de participação e ter voz ativa como cidadãos”, expressa Paula Espindola Mielke, da Diretoria de Meio Ambiente e Urbanismo.

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