Dia da Biodiversidade: 67% dos brasileiros vivem na Mata Atlântica, uma teia de vida
É impossível não perceber a beleza das paisagens ou reconhecer a riqueza natural de uma das mais importantes florestas tropicais do planeta. A Mata Atlântica detém variadas formações florestais, campos, restingas e manguezais, recordes de fauna e flora, em uma área original de mais de 1,3 milhões de km2.
Mas está entre as cinco primeiras colocadas entre as áreas naturais do mundo com mais alta biodiversidade e grande ameaça de desaparecer, o que a torna um hotspot mundial. Restam só 8,5% de remanescentes do bioma (SOS Mata Atlântica, 2012)!
A primeira região ocupada do país é também a mais devastada, abrigando hoje 67% da população brasileira, em 3.410 municípios (IBGE, 2009). Cerca de 123 milhões de brasileiros dependem diretamente dos serviços ambientais dos remanescentes florestais e ecossistemas associados da Mata Atlântica.
Atualmente, não basta manter o que resta deste bioma ameaçado, é preciso recuperá-lo, sob o risco de comprometermos o futuro da vida nas cidades e no campo. E mais, a conservação e a recuperação da Mata Atlântica relacionam-se às principais questões ambientais globais do momento, das mudanças climáticas à perda irreversível de biodiversidade ou a diminuição da qualidade e escassez de água.
Vamos conhecer a biodiversidade da Mata Atlântica?
Mesmo reduzida e fragmentada, a Mata Atlântica apresente impressionante variedade de fauna e flora. Calcula-se que possua 20 mil espécies de plantas, o que equivale a até 36% das espécies de flora existentes no Brasil (Ministério do Meio Ambiente).
As chamadas formações florestais e seus ecossistemas associados são de vários tipos: floresta ombrófila densa (Mata Atlântica strictu sensu), floresta ombrófila mista (mata com araucárias), floresta estacional semidecidual, campos naturais, campos de altitude, brejos, manguezais, restingas, vegetação de ilhas costeiras, entre outras.
A diversidade de fauna é também admirável, com 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes (Ministério do Meio Ambiente, 2010).
Mas a riqueza natural vem acompanhada de ameaças à sua conservação. São 185 espécies de vertebrados ameaçados na Mata Atlântica (cerca de 70% do total de espécies ameaçadas no Brasil), dos quais 118 de aves, 16 de anfíbios, 38 mamíferos e 13 répteis. São exemplos famosos o mico-leão-preto, a tartaruga-de-couro ou o papagaio-de-cara-roxa.
O cenário é desafiador pois neste bioma as espécies interagem numa complexa rede de interdependência e o desaparecimento de uma planta ou animal compromete as condições de vida como um todo.
