Consumidores do Mercadão de São Paulo reconhecem cultura do cambuci
Símbolo da gastronomia de São Paulo, o Mercado Municipal Paulistano, revelou-se mais uma vez um ponto estratégico para divulgação de alimentos saudáveis e responsáveis pela conservação ambiental. É o caso do cambuci, fruto nativo da Mata Atlântica, cujas geleias, licores, pães, tortas ou cosméticos, foram “descobertos” pelos frequentadores do Mercadão nos dias 19 e 20 de outubro, em contraponto aos tradicionais pasteis de bacalhau e sanduíches de mortadela.
Ao som da Banda Lira, vinda diretamente de Santo André, com músicos que contam uma história de mais de 70 anos, o público do Mercadão degustou os produtos à base de cambuci, percebeu que é possível diversificar a oferta de frutos nativos, e interagiu com casos e histórias contados pelos produtores de Paraibuna, Salesópolis, Mogi das Cruzes, Parelheiros (SP), Paranapiacaba, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Juquitiba, Natividade da Serra ou São Lourenço da Serra. A Rainha e a Princesa do Cambuci marcaram presença no evento, desfilando charme e muito conhecimento sobre a fruta.
“As vendas foram muito boas, mostrando cada vez mais a possibilidade de inserção das espécies nativas do Bioma Mata Atlântica na dieta dos consumidores conscientes, a exemplo do cambuci, da juçara ou do araçá, que podem ser cultivados também em consórcio com a mata em pé”, diz Marcéu Pereira, coordenador da Rota do Cambuci na AHPCE.
A intenção é formar um Arranjo Produtivo Sustentável, que priorize a produção familiar, orgânica e agroecológica, respeitando os princípios do comércio justo e solidário e garantindo a oferta de produtos de qualidade. Esse Arranjo irá privilegiar também atividades que tenham relação com a cadeia de valor do cambuci e de outras frutíferas nativas da Mata Atlântica, como o turismo.
Tudo isso para o Cambuci ser ofertado a público cada vez maior que o atual, com consciência de consumo, visando atingir inicialmente o mercado da cidade de São Paulo.
A Rota é coordenada pela AHPCE, está inserida no Plano de Metas da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo (RBCV) e conta com a participação ativa das Prefeituras Municipais de São Paulo, Mogi das Cruzes, Paraibuna, Rio Grande da Serra e Santo André, do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba, Ecotur, restaurante Senzala e Rota Dória.
