O Instituto AUÁ atua com diferentes iniciativas para a recuperação da Mata Atlântica que visam fazer a sociedade reconhecer o valor da diversidade natural do bioma, induzindo um modelo de conservação para uma nova economia, baseada no uso sustentável de espécies como o Cambuci.
As espécies nativas da Mata Atlântica possuem um potencial ainda pouco mensurado para uso na alimentação, fármacos e artesanatos, podendo gerar riqueza e promover o desenvolvimento local. Mas dependem hoje de três fatores desafiadores: disponibilidade da matéria-prima, pesquisa aplicada e criação de mercados.
Desde 2009, a Rota do Cambuci atua na divulgação deste fruto para a sociedade, por meio da gastronomia, do resgate cultural, da pesquisa, da geração de renda e organização dos produtores.
Em 2014, surgiu o Empório Mata Atlântica, que trabalha abrindo mercado para as diversas espécies nativas do bioma, especialmente em redes de comércio justo, com o objetivo de promover sua conservação a partir de cultivos agroecológicos.
Atualmente, já são cerca de 80 produtores agroecológicos, 15 prefeituras, 12 pesquisadores científicos, 50 estabelecimentos gastronômicos, 20 mercados varejistas, 3 indústrias, diversas ONGs e comunidades simpatizantes, envolvidos na promoção e conservação das espécies nativas da Mata Atlântica, articulados pelo Instituto AUÁ.
Por meio do trabalho de abertura de mercado para as espécies nativas da Mata Atlântica, aliado ao apoio direto à produção agroecológica, o Instituto AUÁ aposta no uso sustentável e na comercialização de plantas nativas e derivados destas plantas, ainda pouco inseridas no mercado nacional ou internacional.
Em 2017, teve início também o projeto Pomares da Mata Atlântica, financiado pelo Fehidro – Fundo Estadual de Recursos Hídricos. Vêm sendo mapeadas propriedades para implantação de sistemas agroflorestais em áreas agrícolas que protegem a região de mananciais do Alto Tietê.
Com tudo isso, busca-se a restauração do bioma por meio de uma estratégia integrada entre todos os atores da cadeia produtiva dos frutos nativos, como elemento inovador que visa promover a identidade territorial com desenvolvimento local sustentável. Neste caso, as espécies originais brasileiras tornam-se o motor de um novo modelo que integra ecomercado, conservação dos recursos naturais e geração de renda com inclusão social dos produtores.