Prefeitos da região do Sistema Cantareira formam aliança para programa de conservação da água

Representantes dos 20 municípios e sociedade civil, incluindo Instituto Auá, reuniram-se no dia 30 de janeiro, em Bragança Paulista (SP), e assinaram Carta Compromisso elencando medidas para o Plano Emergencial de Enfrentamento da Crise Hídrica no Estado de São Paulo

Há cinco anos, o município de Extrema (MG) vem investindo no plantio de mais de 1 milhão de árvores nas áreas de manancial, dentro do programa “Conservador de águas”, o que faz o prefeito afirmar que o atual período de seca não representa preocupação para a cidade. A proposta de recuperar florestas nos municípios é uma das soluções mais eficientes para o enfrentamento da crise hídrica, e também foi reforçada pelo dirigente do programa “Cultivando Água Boa”, da Itaipu Binacional, como o caminho mais direto para conservação deste recurso, do qual depende a hidrelétrica. Em parceria com prefeituras e sociedade civil, a Itaipu recuperou o equivalente a 1,4 mil km de matas ciliares no Sul do país.

Eles participaram do encontro que ocorreu no último dia 30 de janeiro, em Bragança Paulista, para discutir estratégias e políticas a serem adotadas para a conservação da água. Prefeitos e representantes dos 20 municípios que compõem o Sistema Cantareira firmaram uma aliança para um programa permanente de produção de água, e assinaram, junto com organizações e movimentos da sociedade civil, do qual o Instituto Auá é parte, a Carta Compromisso com as medidas prioritárias para serem enquadradas no Plano Emergencial do governo do Estado. O documento será entregue em audiências a serem agendadas com os governadores de São Paulo e Minas Gerais.

“Trata-se de um esforço conjunto entre os poderes municipais e sociedade civil organizada de retomar a conservação da água no Sistema Cantareira, com ganhos socioambientais para produtores, prefeituras, população das cidades e sociedade brasileira em geral, com medidas que demandam investimentos também no âmbito estadual e federal”, destaca Ana Flávia Badue, diretora do Instituto Kairós, que organizou o encontro.

Entre as medidas apresentadas estão a recuperação e conservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), construção de bacias de contenção de sedimentos, fiscalização e mapeamento da captação de água nos municípios, elaboração dos Planos Municipais de Mata Atlântica, articulação com outras propostas já existentes para o enfrentamento da crise hídrica, fomento a projetos demonstrativos de agroecologia, entre outros.

Dezenove organizações assinam a Carta Compromisso junto com as seguintes prefeituras: Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Caieiras, Camanducaia, Extrema, Franco da Rocha, Igaratá, Itapeva, Itatiba, Jarinu, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia, Santa Isabel, São Paulo, Sapucaí-Mirim, Tuiuti e Vargem.

A carta na íntegra será disponibilizada aqui neste site em breve.