Fertilidade do solo sustenta agricultura, mostra capacitação do Pomares Mata Atlântica

Produtores rurais dos municípios de Salesópolis, Biritiba Mirim e Mogi das Cruzes, que participam do projeto Pomares Mata Atlântica, do Instituto AUÁ, vem recebendo capacitações sobre fertilidade do solo, visando enriquecer e compor os pomares agroflorestais que serão a base de um novo modelo agrícola. Em 18 de maio, os técnicos em agroecologia do projeto Hamilton Trajano e Claudia Prudente, em parceria com a CATI, revelaram aos produtores de Mogia das Cruzes como a fertilidade do solo acontece dentro de um sistema vivo, como em uma floresta.

“Esta formação é a base para as práticas no campo, tornando o tema fácil e acessível para que os plantios aconteçam com sucesso. Ao conhecer a realidade dos outros produtores, torna-se possível fazer conexões e apoiarem-se mutuamente, trabalhando juntos”, destacou Cláudia na capacitação.

Há produtores de Mogi das Cruzes que já possuem forte relação com a Mata Atlântica, a exemplo de Euro Silva Lopes, proprietário de uma área de 24 mil metros quadrados, dos quais 20 mil são de mata nativa. “A ideia é conservar a floresta e me tornar produtor de sementes e mudas, além de cultivar a samambaia-açú”, afirmou Euro. Já o produtor Eudes de Assis possui cerca de 800 pés de Cambuci em seu sítio, cultivados no sistema familiar ao lado da mata.

O técnico Hamilton Trajano lembrou que a composição do solo em um país tropical como o Brasil é semelhante ao da floresta, devendo haver muita reposição de matéria orgânica, água para os nutrientes chegarem às raízes e uma diversidade de mais de 60 minerais que garantem a vida no solo.

“Para ser um produtor orgânico ou agroecológico, não basta substituir os insumos por adubo, é preciso saber interpretar o que as plantas indicam. Na floresta, por exemplo, não há doenças pois a diversidade de plantas de famílias diferentes não brigam pelos mesmos nutrientes”, disse Hamilton.

Entre os conhecimentos compartilhados na formação, destacou-se a importância da combinação de métodos como a adubação verde, o plantio direto no solo e a rotação das culturas. O plantio consorciado de diferentes espécies mostra-se também o caminho para a reestruturação das condições biodiversas do solo tropical.

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