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SP: produtores colhem 200 toneladas de cambuci

Notícia de AGROLINK
Por Aliza Maliszewski – 09 de março de 2021

Você conhece cambuci? A fruta em formato de disco voador ou vaso é originária da Mata Atlântica. A palavra cambuci vem do tupi guarani kãmu-sí, que significa “pote de água”. Por dentro, ela tem bastante polpa, mas o ideal não é consumir a fruta desse modo, já que ele é bastante cítrica e azeda. O mais é em forma de geleia, mergulhado na cachaça ou transformado em suco. Este último tem um sabor semelhante ao de goiaba verde, e no final pode lembrar o gosto do caju. O cambuci tem mais vitamina C do que a laranja.

O fruto tem valor comercial, fácil manejo e por isso vem expandindo sua área em São Paulo. Em 2019 a produção foi de cerca de 80 toneladas e em 2021 são 200 toneladas, crescimento de 20% em relação à safra passada. O plantio é feito principalmente nos municípios paulistas de Iporanga, Apiaí, São Miguel Arcanjo, Piedade, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Embu-Guaçu, Parelheiros, Salesópolis, Paraibuna, Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga, Lagoinha e Pindamonhagaba.

São cerca de 200 produtores conectados ao Instituto AUÁ, que trabalha na recuperação da Mata Atlântica, gerando renda. A venda de 100 toneladas de Cambuci, representa a distribuição de no mínimo R$ 500 mil entre produtores e beneficiadores do fruto.

O fruto congelado de Cambuci é vendido pelos produtores para os beneficiadores de R$ 2,00 a R$ 3,00/kg. Os beneficiadores recebem no mínimo R$ 5,00/kg no Cambuci Tipo B, pacote com 4kg (com algum dano físico, porém em perfeita condição e qualidade para consumo) e R$ 6,00/kg no Tipo A, podendo receber até R$ 18,00/kg, dependendo para quem vendem.

A produção de Cambuci no bioma Mata Atlântica vem crescendo significativamente nos últimos anos principalmente em função da capacitação dos agricultores e assistência técnica. A colheita começa em março e termina em maio. Em alguns lugares inicia em fevereiro, ou termina em junho. Há ainda localidades onde a safra termina em setembro.

Diferente do trabalho feito na Amazônia e Cerrado, basicamente extrativista, o trabalho com o cambuci é agrícola, tem o objetivo de trazer a Mata Atlântica de volta de onde foi tirada, com a implantação de Sistemas Agroflorestais com nativas (Pomares Mata Atlântica) em áreas de pasto, ou monocultura de exóticas, como eucalipto, cana-de-açúcar, laranja, entre outras culturas.

“Para se integrar no Arranjo Produtivo, ou na Rede de Ecomercado, o produtor precisa assumir compromisso com a produção agroecológica (sem uso de agrotóxicos, biodiversa e de pés plantados). Alguns já têm certificação de orgânico, mas a maioria está aguardando a demanda se concretizar melhor, para então poder pagar um certificador”, destaca Gabriel Menezes, do projeto AUÁ.