Sociedade civil inicia Aliança pela Água em SP e Instituto Auá leva visão do Cinturão Verde

Apesar da realidade da falta d’água não transparecer com clareza nos meios de comunicação, o paulistano percebe que a fragilidade dos mananciais é crescente e deverá enfrentar cenários futuros impactantes. Nossas principais fontes de água estão secando: o sistema Alto Tietê já se encontra em 7,2% de sua capacidade, a Cantareira com 12,8% (volume morto) e a Guarapiranga com 40,8% (dados do início de outubro de 2014).

Poucos sabem, por exemplo, que a bacia do Alto Tietê abriga uma população de mais de 19 milhões de habitantes, cujo consumo pela água é mais que o dobro de sua disponibilidade. Essa análise faz parte da Avaliação dos Serviços Ecossistêmicos da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de SP, conduzida por uma parceria entre a Reserva e o Instituto Auá, e que revela a importância de dez serviços ecossistêmicos para o bem-estar, mas o quanto a relação entre a água de qualidade e a proteção da cobertura vegetal é íntima.

O relato das ações do Instituto Auá e da temática dos serviços ecossistêmicos, em especial do de provisão e regulação da água, foi levado por sua diretora do Instituto Auá, Bely Pires, para o evento de lançamento da Aliança pela Água em São Paulo, que aconteceu em 29 de outubro, na Sala Crisantempo, em São Paulo. Cerca de 30 instituições da sociedade civil compõem o novo movimento, acreditando ser necessário dividir o problema entre governos, prefeituras, empresas e sociedade para que todos encontrem soluções imediatas e futuras para evitar novas crises.

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A Aliança propõe um consenso em torno de um conjunto de ações, na forma de uma agenda mínima, que permitirá a instituições independentes unirem esforços e multiplicar resultados. O mapeamento apresentado pela iniciativa no último dia 29, mostra que as causas da crise estão na estiagem, na gestão pouco eficiente, nos mananciais degradados e na falta de informações sobre a gravidade da situação.

Por isso, são apresentadas quase 400 sugestões sobre como lidar com a água no curto e no longo prazo, com ênfase numa mudança de comportamento a ser incorporada para sempre em nosso dia a dia. Entre as ações emergenciais, sugere-se: multar quem não economiza, divulgar os bairros com maior risco de ficar sem água na metrópole, ou incentivar o uso de alternativas que reduzam o consumo, como hidrômetros individualizados nos condomínios. A longo prazo, propõe-se: redução das perdas na rede da Sabesp, implantação do reuso, e a recuperação dos mananciais com a ampliação da rede de coleta de esgoto e água.

Da mesma forma, a Avaliação dos Serviços Ecossistêmicos da RBCV é uma importante ferramenta para a tomada de decisões, pois afirma que o bem-estar humano tem forte dependência da proteção dos ecossistemas naturais. É possível acessar o Sumário Executivo da Avaliação: https://institutoaua.org.br/wp-content/uploads/2015/06/sumarioexecutivo.pdf

“O Instituto Auá está honrado em fazer parte deste movimento que cumpre seu papel no diálogo com as diferentes esferas governamentais e da sociedade civil, trazendo de forma séria, ampla e transparente, o contexto da atual crise e seus encaminhamentos para o curto e longo prazo, contribuindo com a solução do problema”, expressa Bely.

Saiba mais: www.aguasp.com.br

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