Seminário FRU.TO debate valorização do alimento e leva produtos do AUÁ ao público

Com a mesma visão de que o alimento é capaz de mobilizar transformações nas comunidades produtoras e em quem consome, o Instituto AUÁ participou do Seminário FRU.TO, promovido pelo Instituto ATÁ nos últimos dias 26 e 27 de janeiro. Cerca de 30 especialistas em sustentabilidade, gastronomia, pesquisa científica e indústria, debateram como alimentar bem o planeta atualmente. Além disso, os produtos da Mata Atlântica do AUÁ foram levados ao evento.

A forma com que os alimentos são produzidos e os valores humanos e culturais envolvidos neste processo são preocupações das duas organizações, que estão juntas com seus produtos no Boxe Mata Atlântica e Amazônia no Mercado de Pinheiros, em São Paulo. Por trás do investimento do AUÁ em derivados com frutas nativas da Mata Atlântica, por exemplo, encontra-se o trabalho de criação de uma cadeia produtiva sustentável, com geração de renda aos produtores e recuperação do bioma.

Cerca de 300 pessoas participaram do Seminário, que debateu estratégias e alternativas sobre como levar alimento de qualidade para uma população mundial que pode chegar a 8,6 bilhões de pessoas até 2030. Isso inclui a perspectiva social de desenvolvimento local, biológica de preservação dos recursos naturais e cultural de manutenção dos saberes e conhecimentos dos povos.

Acompanhe algumas das principais reflexões levadas para o evento pelos participantes:

“A alimentação não trata somente de receitas mas de água, florestas, cultura. Podemos causar uma enorme transformação através do alimento. Hoje o sistema alimentar global é um fracasso, onde 800 milhões de pessoas sofrem com a fome e 1,7 bilhões com a supernutrição ou obesidade” – Carlo Petrini, presidente do Slow Food.

“É preciso pensar em interdependência, pois o ambiente é que produz o que comemos e o que somos. O caminho para a proteção da natureza é fazer as pessoas conhecerem para então amarem seu ambiente” – Paulina Chamorro, jornalista da rádio Vozes.

“Mais de 70% da perda de biodiversidade no mundo vem do sistema alimentar atual, cerca de metade das famílias de agricultores do planeta não consegue alimentar a si mesma, e perdemos uma em cada três calorias de comida produzida devido ao desperdício” – Jason Clay, representante da Rede WWF.

“A diversificação de produtos emblemáticos e que tenham conteúdo cultural tem permitido fortalecer a identidade territorial no Perú” – Luis Balcázar, da Sociedade Peruana de Gastronomia.

“Comer não é só sentir o prazer do paladar, mas nos interessarmos por quanto, quando e porque consumimos cada alimento. Quando você entende o impacto da comida, começa a fazer escolhas melhores” – Bela Gil, culinarista e defensora da cozinha natural.

A cozinha do futuro passa pela cidadania. Pequenas mudanças em nosso dia a dia podem gerar grandes impactos positivos. Na hora de comprar, por exemplo, deve-se escolher bons ingredientes que comunguem com a ética e o interesse em como sua comida foi produzida” – Alex Atala, fundador do Instituto ATÁ.

“Mesmo que uma pessoa tivesse 1 bilhão de reais, não conseguiria mais comer a perinha-do-cerrado. Esta fruta suculenta e deliciosa é natural de São Paulo mas desapareceu na paisagem urbana” – Ricardo Cardim, da Floresta de Bolso, que faz plantios recuperando as áreas verdes e o solo da cidade de SP.

 

 

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