Programa de Jovens valoriza atuação em rede e atrai municípios para o ecomercado

Após 17 anos de vida, o Programa de Jovens – Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS), da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, coordenado em parceria com a AHPCE, passa por um rico momento de resgate da articulação entre seus diferentes atores, incluindo o fortalecimento da gestão local do programa. Isso porque o PJ-MAIS acontece em realidades tão diversas como os núcleos de Paranapiacaba, Parelheiros ou Cubatão, todos em São Paulo.

Mantêm-se hoje ativos cinco Núcleos de Educação Ecoprofissional do programa, que já formou mais de 2,5 mil jovens com a ótica da educação integral e de inserção no ecomercado de trabalho, além do potencial de inclusão dos municípios de São Bernardo do Campo, Guarulhos, Francisco Morato, Mairiporã e Caieiras. Atualmente, as atividades ocorrem em Paranapiacaba, Paraibuna, Cajamar, Parelheiros e Cubatão.

Um importante diagnóstico do programa, realizado em junho deste ano, apontou os fatores de sucesso, desafios e oportunidades nas localidades onde ocorre. Em geral, programa vem se revelando uma forma dos jovens se apropriarem da cidade onde moram, e de desenvolverem uma linguagem diferenciada, melhor comunicação e comportamento em público.

De forma geral, os adolescentes que passam pelo PJ-MAIS acreditam que podem fazer a diferença, transformando-se em cidadãos atuantes e mudando atitudes em relação a seu meio ambiente. É este o objetivo do programa, que forma jovens entre 15 e 21 anos de idade em zonas periurbanas e no entorno de áreas protegidas: encorajar o estudante a pensar, refletir e tomar decisões com base na ética e na cidadania.

O treinamento ecoprofissional tem duração de dois anos, realizado simultaneamente ao ensino médio e implica em duas frentes: capacitação em Produção e Manejo Agrícola Florestal Sustentável, Turismo Sustentável, Consumo, Lixo e Arte, Agroindústria Artesanal, Iniciação Científica e Formação Integral; e criação de possibilidades de atuação no ecomercado. Mais da metade dos jovens encontram oportunidades ecoprofissionais após a passagem pelo Programa de Jovens.

O PJ-MAIS foi criado em 1996 pela Reserva da Biosfera do Cinturão Verde, com coordenação do Instituto Florestal e a Associação Holística de Participação Comunitária Ecológica (AHPCE), no mesmo ano de nascimento da ONG. Apesar do aparente paradoxo de localização da RBCV na região mais populosa e ocupada do país, há a necessidade de profissionais para atuação frente à preservação e recuperação ambiental da vegetação urbana e periurbana.

“Agora o desafio é mapear as possibilidades locais, os atores e os recursos com potencial de mobilização em cada núcleo. Além de fortalecer a articulação em rede e as parcerias, será produzido um Guia do Programa de Jovens, com a sistematização do conhecimento para públicos que vão de coordenadores dos núcleos até os educadores que trabalham na ponta e necessitam embasar a visão do ecomercado”, conta Giovanni Gigliozzi Bianco, gestor do projeto na AHPCE.

O Guia, por exemplo, vai contemplar desde a base pedagógica até dicas de implementação de núcleos de Educação Ecoprofissional e Integral, e formas de garantir sua sustentabilidade local. Também estará recheado de histórias exemplares de Núcleos ao longo desses 17 anos, assim como de vários jovens que tiveram suas vidas transformadas pelo programa. Por fim, as articulações locais também estão permitindo pensar a ampliação das atividades nos Núcleos e novas oportunidades de inserção ecoprofissional.

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Confira a materia “Projeto PJ-Mais ensina mecanismos de desenvolvimento sustentável” veiculada no Globo Ecologia clicando aqui.

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