“Como trabalhar em rede” valoriza experiências dos participantes do Linha de Costura

Para a construção de uma rede, que surge quando compartilhamos uma causa ou propósito, é preciso conhecer as pessoas que a compõem e seus significados comuns, o que inspirou um maior conhecimento entre os participantes do Linha de Costura no último dia 8 de abril. Na oficina “Como trabalhar em rede” partiu-se da visão do grupo, que se descobriu diversificado, com preponderância de técnicos dos equipamentos da assistência social mas também de outros setores do governo e de organizações sociais.

O trabalho em rede surge como principal alavanca para a transformação de políticas públicas e o objetivo da oficina, facilitada pela psicóloga e especialista em processos colaborativos, Lígia Pimenta, foi abrir espaços de troca de experiências para se chegar ao formate de rede desejada neste grupo.

“Quais redes temos? Quais queremos e o que precisamos desenvolver para efetivá-las?”, essas perguntas norteadoras discutidas coletivamente levaram à necessidade de maior compreensão das competências locais, de espaços de troca e conhecimento do território. Isso porque um desafio comum na rede de proteção integral em Osasco é a informalidade nas relações de parceria ou a falta de fluxos de comunicação entre diferentes secretarias e equipes.

“É preciso questionar o modo informal como os processos acontecem no dia a dia, às vezes garantidos por um contato pessoal entre técnicos, como prever a continuidade do trabalho independente da presença de um indivíduo, e principalmente, como os gestores das políticas públicas irão se comprometer com a efetivação desta rede em construção”, estiveram entre os destaques dos grupos de trabalho na oficina.

Segundo Lígia, trabalha-se hoje com a rede existente, mas vale projetar o fortalecimento futuro com base no equilíbrio da presença de organizações e equipes de governo, garantindo múltiplas vozes e o máximo de tentativa de se conhecer a necessidade dos usuários atendidos pelo sistema, para que se responda a essa realidade.

O exercício da rede que se quer construir trouxe valiosos resultados no grupo como: “uma rede que trabalhe junto com fluxos definidos e ações articuladas entre governo e sociedade”, “mapeamento e diagnóstico de quais equipamentos e o que fazem no território”, ou ainda “diálogo constante com reuniões como essa para dar sentido ao trabalho em rede”.

Apesar de se identificarem experiências em rede em Osasco, como a do Núcleo Acolher, do desenho do programa Bolsa Família que se dá pela atuação de equipes de quatro diferentes secretarias, ou da rede de enfrentamento da violência contra a criança e o adolescente, por exemplo, falta um maior conhecimento sobre as atribuições de cada ator e valores comuns que permitam políticas compartilhadas.

Assim, o grupo buscou definir alguns passos iniciais para que a rede de proteção integrar possa ser definida em Osasco, pactuando a necessidade de começar o mapeamento das ações no território que atuem com esse público, e uma formação mais ampla sobre a criação de indicadores para esse sistema.

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